Clã apresentam "Disco Voador" no CCB este sábado
Apesar do repertório pop rock dos Clã convocar habitualmente espectadores entre as crianças, "Disco Voador" assinala a estreia "quase inevitável" do grupo neste campo, mas sem facilitismos nem para a música nem para o público.
"O facto de em Portugal não haver assim tanta oferta quanto isso fez-nos pensar que podíamos algum dia experimentar fazer um projecto para miúdos", disse a vocalista dos Clã, Manuela Azevedo, à agência Lusa.
"Disco Voador" tem canções compostas pelos Clã a partir de letras da escritora Regina Guimarães.
"Musicalmente não íamos fazer música mais simples ou mais leve só porque era para miúdos. Tínhamos que os levar a sério como ouvintes, por isso íamos dar-lhes tudo o que sabemos", disse a cantora.
Os "supernovos", como chamou Manuela Azevedo, são os protagonistas das canções que falam da amizade, dos amores da adolescência e de coisas que não são politicamente corretas, como "comer chocolates".
"Disco Voador" surgiu de uma encomenda do projecto "Estaleiro" de Vila do Conde, onde as canções já foram apresentadas ao vivo, tanto em palco como em escolas.
Aliás, a proximidade com os mais novos no ambiente escolar foi uma das premissas do grupo para este disco.
"[Queremos] articular a ida a uma cidade com visitas às escolas, com oficinas ou com sessões extra só para grupos escolares. Apesar de ter havido um trabalho de desenvolver uma programação cultural ainda há muito a fazer em relação ao que se pode levar aos miúdos e à formação do público jovem", disse Manuela Azevedo.
Para os Clã, que já existem há 18 anos, "Disco Voador" é também um processo de descoberta tão ou mais importante como para os "supernovos".
"Este disco não tem o peso de ser o sucessor de `Cintura" [o álbum anterior], deixou-nos livres para fazer muitas coisas, recorrer a diferentes de instrumentos, formas de compor e de arranjar. Libertou-nos para descobrir outras coisas sobre o que é fazer canções. Foi um voo interessante de descoberta", disse Manuela Azevedo.